5.3.11

"Estava cansado de si mesmo, dos seus estéreis pensamentos e visões. A vida, um poema?... Não quando se passava a vida a poetar em vez de vivê-la. como ficava oca, então, como ficava vazia, vazia, vazia! Essa perseguição constante do próprio eu, no rastro das próprias pegadas – e em círculo, naturalmente...


Essa comédia simulada: fingir que se atira à corrente da vida e ao mesmo tempo ficar ali agarrado ao anzol, pescando-se a si próprio neste ou naquele curioso disfarce... Ah, se a vida quisesse submergi-lo... A vida, o amor, a paixão, de modo que ele não mais precisasse poetizá-la, porém apenas – em estado de poesia – vivê-la!"

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