24.12.09

"a vida deve descontinuar para que continuemos."

hábitos necessitam de quebras.
e teorias necessitam ser dizimadas ao hábito.

do constante abismo entre a prática e a tese, arrastei meses e dias e fui feito do saudosismo do que começou a ser feito virtualmente do meu nome no ano passado.

e me deparo com uma entrevista para uma revista espanhola e perguntas que me são alheias.
de uma época cujo resgate não vinga.

(certos fragmentos são inertes e incorporados)
“You put your camera around your neck along with putting on your shoes, and there it is, an appendage of the body that shares your life with you. The camera is an instrument that teaches people how to see without a camera."


"The thing that's important to know is that you never know. You're always sort of feeling your way."
"Foto é apenas foto.
Não é a verdade.
Aliás, não é nem a expressão da verdade.
É uma interpretação."

17.12.09

"O cinema, mesmo aquele mais ideal e mais abstrato, permanece em sua essência concreto, permanece a arte do movimento, luz e cor. Quando deixamos preconceitos e os pré-condicionamentos de lado, nos abrimos para a concritude da experiência puramente visual e cinestésica, para o 'realismo' da luz e do movimento, para a pura experiência do olho, para a pura matéria do cinema."

16.12.09

"sou uma besta. quando a realidade me entra pelos olhos, o meu pequeno mundo desaba."


ando cansado até do novo, e dos muros que cercam as pessoas.

em dissimulação contida, novas pessoas desabam antes mesmo de serem erguidas.


(e foi dito que as palavras precisam ser inteiras...)

7.12.09

"this fantasy is half surreal half real. i'm probably in the metro somewhere in eastern europe waiting around with exotic, quiet people when a street performer walks up to me and everything else closes out and he's telling me something, reminding me of something. of beauty of love of everyone of music of art of imagination. it's creepy and wonderful and touches on something very within myself, himself and everything around." (2795773490)

1.11.09

há uma parte de mim que clama por uma libertação fugaz.
ainda assim, é uma parte de mim que, mesmo adormecida, sabe que tal libertação pode perdurar.

2.9.09

descoberto em uma andança de usuários do flickr:

"We stand in the middle of a transition where we can't remain standing... The new thing in us, the added thing, has entered into our heart, has gone into its inmost chamber and is not even there any more, is already in our blood... The future enters into us in this way in order to transform itself in us long before it happens."

19.8.09

"de qualquer viagem, ainda que pequena, regresso como um sono cheio de sonhos - uma confusão tórpida, com as sensações coladas uma às outras, bêbado do que vi."

(com mais viagens, sucessivas ou não, ocorreria a certeza de não pertencer a lugar algum. sem o incessante retorno à uma cidade alheia e íntima)

15.8.09

há, em fotografia, um potencial de libertação que beira o misticismo e uma espécie de transcendência.

28.7.09

"Be sure to play the best of (my) 8 other sides"

a solitude não como fardo, como uma voz associada a si mesmo.
uma busca e fluxo de prender-se em idéias próprias, conceitos e experimentações internas.

(o externo em consequência, ou em prioridade contida)

24.7.09

"Na verdade, não possuímos mais que as nossas próprias sensações; nelas, pois, que não no que elas vêem, temos que fundamentar a realidade da nossa vida."

23.7.09

não o projetar de uma imagem, o projetar de um som inexistente.
o silêncio torna-se perturbador: numa impressão de um latido, um eco inaudível.

numa presença que me acampanhou desde os cinco anos.
em uma época em que não havia idade, e nem passagem do tempo.

9.7.09

"It is part of the photographer's job to see more intensely than most people do. He must have and keep in him something of the receptiveness of the child who looks at the world for the first time or for the traveller who enters a strange country."

5.7.09

a busca pela imersão dos fotogramas clama.
- poros, dentes e unhas travestidos de imagem.


(não fuga, puro fluxo de conceitos e autores de contra-planos)

20.6.09

"Mais do que isso, nada. Mas o vazio tem o valor e a semelhança do pleno. Um meio de obter é não procurar, um meio de ter é o de não pedir (...)"

19.6.09

"Deve ser por isso que fico (ficamos todos, acho) tão abalado quando, sem nenhuma preparação, ela acontece de repente. E então o espanto e o desamparo, a incompreensão também, invadem a suposta ordem inabalável do arrumado (e por isso mesmo 'eterno') cotidiano. (...) Porque o amor, como a morte, também existe - e da mesma forma, dissimulada. Por trás, inaparente. Mas tão poderoso que, da mesma forma que a morte - pois o amor também é uma espécie de morte (a morte da solidão, a morte do ego trancado, indivisível, furiosa e egoisticamente incomunicável) - nos desarma. O acontecer do amor e da morte desmascaram nossa patética fragilidade."

18.6.09

eu serei breve, não mais frágil ou inexato.

13.6.09

desta espécie de cansaço, sempre a saturação e a necessidade de desvio do rumo.
(ou a pura saturação da rotina e a crueldade do louvor do hábito)
"Não. Cansaço por quê?
É uma sensação abstrata
Da vida concreta —
Qualquer coisa como um grito
Por dar,
Qualquer coisa como uma angústia
Por sofrer,
Ou por sofrer completamente,
Ou por sofrer como...
Sim, ou por sofrer como...
Isso mesmo, como..."

6.6.09

"E todas as lamentações do mar, do vento, do céu, das aves e das estrelas, serão a tua vez presente, a tua voz ausente, a tua voz serenizada."
seja o (des)compromisso com o real ou a necessidade de manifestar-se: toda imagem provém de uma parte de si que anseia por libertação.

2.6.09

"Images - millions of images - that's what I eat."
"O fim da arte inferior é agradar, o fim da arte média é elevar, o fim da arte superior é libertar."

15.5.09

"o cinema é um olhar que se substitui ao nosso para nos dar um mundo em acordo com nossos desejos."

12.4.09

"outro intervalo se passou (talvez tenham se passado alguns dias, talvez meses, quem sabe até anos)."

invadido pelo hábito de uma tranquilidade suave e enigmática.
no leito da vida luzida de vida, e não mais anseio ou inércia.

sentidos verdadeiramente absurdos e críveis.

- cada toque, uma relíquia.
"ou, melhor ainda, como a realidade despojada de tudo, menos da sua essência."

24.2.09

além de recomeço, a urgência de regurgitar um passado demente e frustrado.

- que não seja mais impossibilidade.

7.1.09

"Analisar instante por instante, perceber o núcleo de cada coisa feita de tempo e de espaço. Possuir cada momento, ligar a consciência a eles, como pequenos filamentos quase imperceptíveis mas fortes."

4.1.09

"We can destroy ourselves by cynicism and disillusion, just as effectively as by bombs."
i was already dead... not numb, as i imagined.