30.1.10

"There is no intensity of love or feeling that does not involve the risk of crippling hurt. It is a duty to take this risk, to love and feel without defense or reserve."


"All love is expansion, all selfishness is contraction. Love is therefore the only law of life. He who loves lives, he who is selfish is dying. Therefore love for love's sake, because it is law of life, just as you breathe to live."



nenhum abismo é alcançado sem riscos: o confrontamento das inseguranças, ansiedades e (mais) noites insones. sem abismos, restariam apenas avenidas e ruas planejadas, e a tal da solitude disforme.

há meses que não opto mais pelo isolamento, há meses a futura certeza de um amor novamente possível e duradouro.

(que o concreto primeiro surge na projeção e idéia que é feita de algo)

10.1.10

"A solidão desola-me, a companhia oprime-me. A presença de outra pessoa descaminha-me os pensamentos; sonho a sua presença com uma distracção especial, que toda a minha atenção analítica não consegue definir."


além da cruel constatação de que somos todos sozinhos, sendo a morte da consciência o maior exemplo disto, não acho assim tão plausível a tal da solidão plena e independente. em muitos casos, creio que há falsas personas, uma necessidade de mostrar-se independente perante o mundo. de pessoas que criticam os solitários angustiados, sendo que muitos dos que criticam também são gêmeos dos solitários angustiados. a diferença é que eles escolheram fazer uso do disfarce. ou da indiferença de si mesmos.

e mesmo com o entendimento do fato de que ninguém, ou nenhuma espécie de amante, preenche o relutante vazio (a ilusão dele ser preenchido é dizimado na fúria da adolescência), há angústia sim, em cotidiano sem romance, e sem companhia. sem pele alheia. e sem intimidade.

o maior exemplo vivo, na minha memória, foi a gradual perda da lucidez do meu avô, após a morte da minha avó. diferente dos que escrevem em blog ou que usam outros meios como forma de disfarce da angústia, ou da falta de alguém, meu avô clamava em alto e bom tom a ausência dela. pedia para que de algum modo ela o ouvisse. e todos da família ouviam e ficavam impotentes. sendo eu um deles. e ele acabou falecendo 4 anos depois, no mesmo mês do ano que ela havia falecido, e quase no mesmo dia.

(e desta vez, não fui cauteloso ao me expor. deixei bem nítido o que eu queria dizer. para os poucos que conhecem este blog, ou para os poucos que digitam o meu nome no google e o descobrem. ou para mim mesmo apenas.)
excesso de solidão desfigura a solitude em uma face mórbida.
as companhias são mutáveis e poucas vezes fixas.

sou desintegrado pela falta de companhia e de cúmplices, resultantes de um passado nômade e inerte, que são resultantes de escolhas mal feitas há cerca de dois anos atrás.

noites de final de semana tornam-se quase que insuportáveis em casa e quase que inabitáveis na rua. o novo sempre apresenta-se, porém nunca é alcançado.

sou feito de uma constante ilusão do que tais noites representam: a ilusão de algo ou alguém que dizime as tais das noites insuportáveis em casa.