28.8.10

"Em algum lugar deve haver uma lixeira onde estão amontoadas as explicações. Uma só coisa inquieta neste justo panorama: que possa ocorrer o dia em que alguém consiga explicar também a lixeira."

17.8.10

"Há dois ou três anos, vivo num "sabor" diferente: como corpo estranho, e por esse mundo assim definido, tomo consciência da situação muito lentamente (...). Estou em meio a uma vida feita toda de músculos, virada pelo avesso como uma luva, que se explica sempre por uma daquelas canções que antes eu detestava, vida absolutamente desprovida de sentimentalismos, em organismo humanos sensuais que chegam quase a mecânicos (...) e nos quais o egoísmo assume formas líticas, viris (...). No mundo setentrional, onde vivi, havia sempre, ou ao menos assim me parecia, na relação entre os invidivíduos, uma sombra de piedade que se traduzia na timidez, no respeito, na angústia, na transferência afetuosa etc. Para se vincular numa relação amorosa, bastava um gesto, uma palavra. Prevalecia o interesse pela interioridade, pela bondade ou maldade que há dentro de nós (...). Aqui, entre esta gente, muito mais tomada pela irracionalidade, pela paixão, a relação é, por sua vez, muito bem definida e se baseia em fatos concretos: desde a força muscular até a posição social."

12.8.10

"The tears of the world are a constant quantity. For each one who begins to weep somewhere else another stops. The same is true of the laugh. Let us not then speak ill of our generation, it is not any unhappier than its predecessors. Let us not speak well of it either. Let us not speak of it at all (...)"

11.8.10

"The cinema substitutes for our gaze a world more in harmony with our desires."

3.8.10

"O amor não foi feito para sermos felizes, mas para nos sentirmos vivos"

agosto sempre tem um gosto amargo de retorno a algo.
nem sempre real ou crível, em uma espécie de memória de fatos nem sempre armazenados ou nem sempre viciados.

(da emergência dos mares que pressentem o desabamento da costa)