31.3.11

"A regra do jogo era aquela, um sorriso na vidraça da janela e o direito de seguir uma mulher e esperar desesperadamente que sua conexão coincidisse com a decidida por mim antes de cada viagem; e então — sempre, até agora — vê-la tomar outro corredor e não poder segui-la, obrigado a voltar ao mundo de cima e entrar num café e continuar vivendo até que pouco a pouco, horas ou dias ou semanas, a sede de novo reclamando a possibilidade de que tudo coincidisse eventualmente, mulher e vidraça da janela, sorriso aceito ou rejeitado, conexões de trens e então finalmente sim, então o direito de aproximar-se e dizer a primeira palavra, espessa de tempo estancado, de interminável pilhagem no fundo do poço entre as aranhas da cãibra."
"‎348. Da terra dos canibais
Na solidão o solitário devora a si mesmo, na multidão o devoram muitos. Agora escolha."
"E se corria a oitenta quilômetros por hora em direção às luzes que cresciam pouco a pouco, sem que já se soubesse bem para que tanta pressa, porque essa correria na noite entre automóveis desconhecidos, onde ninguém sabia nada sobre os outros, onde todos olhavam fixamente para a frente, exclusivamente para a frente."

30.3.11

"I knew exactly how I wanted it to play, but you are never sure until you watch the projected images reflect off the screen. That's when you know it worked."

18.3.11

"Pois as pessoas possuem individualidade e (ao menos sob um aspecto) naquele momento eu não era eu mesmo, a só um tempo percebendo sendo a Desindividualização das coisas ao meu redor. Para essa Desindividualização recém-nascida, o comportamento, a aparência, o próprio raciocínio do indivíduo ao meu redor que ela momentaneamente deixara de ser, assim como os dos outros indivíduos (...) - o mundo dos personalismos, da dimensão tempo, dos julgamentos morais e das considerações utilitárias; o mundo - e era esse aspecto da vida humana que, acima de tudo, mais desejava esquecer - o mundo da auto-afirmação, da convicção, da supervalorização da palavra e das noções idolatramente cultuadas."
“Meu trabalho como cineasta é fazer experiências, ser sincero e admirar e tentar compreender as mulheres. O drama de nosso século é a incomunicabilidade, que nos isola uns dos outros. sua presença nos impede de resolver os problemas por nós mesmos. Mas não tenho a pretensão de encontrar uma solução."
"Don’t play what’s there, play what’s not there.”
"Rather than finding a story that I want to tell and then adding the details, I collect the details and then try to construct a puzzle of story. I have a theme and a kind of mood and the characters but not a plotline that runs straight through"
“Às vezes parece que estamos vagando sem objetivo por uma cidade. Caminhamos pela rua, dobramos ao acaso em outra rua, paramos para admirar a cornija de um edifício, nos abaixamos para observar uma mancha de piche no asfalto que nos faz lembrar certos quadros que admiramos, olhamos para os rostos das pessoas que passam na rua, tentando imaginar a vida que carregam dentro delas, entramos num restaurante barato para almoçar, saímos e continuamos (...) talvez cantando para nós mesmos ao caminhar, ou talvez assobiando, ou talvez tentando nos lembrar de algo que esquecemos. Às vezes parece que não estamos indo a lugar algum enquanto caminhamos pela cidade, que estamos procurando um modo de passar o tempo, e que apenas o nosso cansaço nos dirá onde e quando devemos parar. Mas, assim como um passo leva inevitavelmente a outro, cada pensamento inevitavelmente também decorre do pensamento anterior, e no caso de um pensamento engendrar mais de um pensamento isolado (digamos, dois ou três pensamentos, equivalentes um ao outro em todas as suas conseqüências), será necessário não apenas seguir o pensamento até sua conclusão, como também remontar à posição original daquele pensamento para acompanhar o segundo pensamento até sua conclusão, e depois o terceiro pensamento e assim por diante, e dessa forma, se quisermos tentar criar uma imagem mental desse processo, uma rede de caminhos começa a se delinear, como na imagem da corrente sanguínea humana (coração, artérias, veias, capilares), ou como na imagem de um mapa (das ruas de uma cidade, por exemplo, de preferência uma cidade grande, ou mesmo de estradas, como nos mapas de postos de gasolina que se estendem, bifurcam e meneiam através de um continente), de modo que o que realmente estamos fazendo ao caminhar pela cidade é pensando, e pensando de tal forma que nossos pensamentos compõem uma jornada, e essa jornada não é mais nem menos que os passos que demos, de modo que, no fim, podemos dizer com segurança que estivemos numa jornada, e mesmo que não tenhamos saído do quarto foi uma jornada, e podemos dizer com segurança que estivemos em algum lugar, mesmo que não saibamos onde fica”

15.3.11

think less, react more.

13.3.11

"Yes you who must leave everything that you cannot control.
It begins with your family, but soon it comes around to your soul."

8.3.11

"All this pitting of sex against sex, of quality against quality; all this claiming of superiority and imputing of inferiority belong to the private-school stage of human existence where there are sides, and it is necessary for one side to beat another side."

7.3.11

"Tu n'as rien appris, sinon que la solitude n'apprend rien, que l'indifférence n'apprend rien: c'était un leurre, une illusion fascinante et piégée. Tu étais seul et voilà tout et tu voulais te protéger: qu'entre le monde et toi les ponts soient à jamais coupés. Mais tu es si peu de chose et le monde est un si grand mot: tu n'as jamais fait qu'errer dans une grande ville, que longer sur quelques kilomètres des façades, des devantures, des parcs et des quais.
L'indifférence est inutile. Tu peux vouloir ou ne pas vouloir, qu'importe! Faire ou ne pas faire une partie de billard électrique, quelqu'un, de toute façon, glissera une pièce de vingt centimes dans la fente de l'appareil. Tu peux croire qu'à manger chaque jour le même repas tu accomplis un geste décisif. Mais ton refus est inutile. Ta neutralité ne veut rien dire. Ton inertie est aussi vaine que ta colère."
"Indifference has not made you any different."

5.3.11

"The breath of the morning
I keep forgetting the smell of the warm summer air
I live in a town where you can't smell a thing
You watch your feet for cracks in the pavement

High up above aliens hover
Making home movies for the folks back home
Of all these weird creatures who lock up their spirits
Drill holes in themselves and live for their secrets

They're all uptight
"

"Estava cansado de si mesmo, dos seus estéreis pensamentos e visões. A vida, um poema?... Não quando se passava a vida a poetar em vez de vivê-la. como ficava oca, então, como ficava vazia, vazia, vazia! Essa perseguição constante do próprio eu, no rastro das próprias pegadas – e em círculo, naturalmente...


Essa comédia simulada: fingir que se atira à corrente da vida e ao mesmo tempo ficar ali agarrado ao anzol, pescando-se a si próprio neste ou naquele curioso disfarce... Ah, se a vida quisesse submergi-lo... A vida, o amor, a paixão, de modo que ele não mais precisasse poetizá-la, porém apenas – em estado de poesia – vivê-la!"

3.3.11

"Ah, onde estou onde passo, ou onde não estou nem passo,
A banalidade devorante das caras de toda a gente!
Ah, a angústia insuportável de gente!
O cansaço inconvertível de ver e ouvir!"

1.3.11

the world is exploding inside my head.