15.5.09

"o cinema é um olhar que se substitui ao nosso para nos dar um mundo em acordo com nossos desejos."

12.4.09

"outro intervalo se passou (talvez tenham se passado alguns dias, talvez meses, quem sabe até anos)."

invadido pelo hábito de uma tranquilidade suave e enigmática.
no leito da vida luzida de vida, e não mais anseio ou inércia.

sentidos verdadeiramente absurdos e críveis.

- cada toque, uma relíquia.
"ou, melhor ainda, como a realidade despojada de tudo, menos da sua essência."

24.2.09

além de recomeço, a urgência de regurgitar um passado demente e frustrado.

- que não seja mais impossibilidade.

7.1.09

"Analisar instante por instante, perceber o núcleo de cada coisa feita de tempo e de espaço. Possuir cada momento, ligar a consciência a eles, como pequenos filamentos quase imperceptíveis mas fortes."

4.1.09

"We can destroy ourselves by cynicism and disillusion, just as effectively as by bombs."
i was already dead... not numb, as i imagined.

3.12.08

i left a huge part of myself in a distance age.

29.10.08

"A Festa da Menina Morta", de Nachtergaele

um dos melhores filmes brasileiros recentes.. a fotografia é um primor, .. não sabia de quem era, e me vinha na cabeça o Walter Carvalho. curioso saber que foi feito por Lula Carvalho, filho dele...

um filme que vai além do tipico regionalismo ou excesso de elementos "brasileiros". é um belo estudo sobre a cegueira da fé, a força dos elementos invisiveis sobre uma comunidade... um filme forte, pelos temos abordados e pelo poder das imagens..

e pelo visto, nasceu um grande diretor com este filme. não só um ator famoso q foi fazer filmes, alguém que realmente conhece cinema e sabe utilizar as suas influências.
"24 city", de Zhang-ke

na linha de (e creio q superior) ao cinema do Eduardo Coutinho..

fotografia belissima, com cenas que exploraram bem a beleza da região (da natureza, das fábricas).. é uma espécie de falso documentário ou falsa ficção... um dos filmes menos pretenciosos entre os recentes que vi.. passa uma honestidade, quase que pura, pelos depoimentos dos entrevistados sobre a industrialização da região.. o último depoimento, da garota do "new beatle" (a foto q aparece na divulgação do filme) é extremamente emocionante, dá um valor e rumo muito maior para o filme; assim como da "Pequena Flor", sobre seus casos amorosos frustrados..

é um filme que sabe achar vida em um cenário tão inóspito e frio.

26.10.08

"Meu Winnipeg", de Maddin.

um dos melhores filmes que vi até agora... o diretor canadense Guy Maddin superando até o memoravel "a música mais triste do mundo"

este cineasta tem talento, e muito. talvez "o que falta" para ele é o nome dele ser mais conhecido, os filmes dele terem mais projeção... porque creio que ele é um dos cineastas que melhor sabe discutir e recriar linguagem no cinema atual.

o filme é uma mistura de biografia dele mesmo, misturado com uma análise minuciosa de vários aspectos da cidade onde ele foi criado (Winnipeg). no limiar do ser ficção ou ser documentário (e isso nem importa muito), o filme tem uma edição primorosa, fazendo lembrar a montagem do cinema soviético, em alguns momentos. e aliado ao constante estilo de recriação de cinema mudo que o Maddin faz em quase todos os seus filmes, é um belo filme "à margem" do que se vê na maioria dos filmes da Mostra: um filme que flui totalmente contra o excesso de realismo; é um filme que questiona o real e a si mesmo, o tempo inteiro.

24.10.08

"Sinédoque, Nova Iorque", de Kaufman.

brilhante, meu preferido na mostra até agora..
li uma crítica que é um filme que tem a formula ideal e elementos para "sucesso cult".. enfim, isso é um ponto que acho irrelevante e que muitos criticos se perdem... é, antes de tudo, cinema autoral de alto nível, em meio ao main-stream de hollywood..

achei tão brilhante por ser o tipo de viagem ou loucura que flui o filme inteiro, sem interrupção. ou seja, a preocupação de lógica ou fatos se ligarem caem por terra, tendo bem menos coerência do que "brilho eterno..", por exemplo. (quanto mais ele viaja em loucuras q só ele entende, melhor...) o que sobra são as emoções e frustrações do dramaturgo lidando com a passagem do tempo, desgaste do seu corpo, aliado ao desejo de ser lembrando por sua obra; chegando no limite de que uma criação pode chegar e consumir um escritor.

e com uma das melhores atuações da carreira do Philip Seymour Hoffman, é extremamente superior a "be kind, rewind".

e espero que o Kaufman continue se "repetindo", se for o caso. porque, junto do David Lynch, é um dos melhores e mais autoriais cineasta/roterista, do atual cinema norte-americano. anos luz na frente de Tarantino, entre outros..

14.10.08

que haja dias de verão, de trópicos mal formados, de uma sede inerte de compaixão.

refaço uma vida bípede, em nome de um possível controle de uma síndrome que está por ser abolida.

9.9.08

"Entre as muitas maneiras de se combater o nada, uma das melhores é tirar fotografias, atividade que deveria ser ensinada desde muito cedo às crianças, pois exige disciplina, educação estética, bom olho e dedos seguros. Não se trata de estar tocaiando a mentira como qualquer repórter, e agarrar a estúpida silhueta do personagem que sai do número 10 de Downing Street, mas seja como for quando se anda com a câmara tem-se o dever de estar atento, de não perder este brusco e delicioso rebote de um raio de sol numa velha pedra, ou a carreira, tranças ao vento, de uma menininha que volta com um pão ou uma garrafa de leite."

8.9.08

"I'm dead. No, that's too melodramatic. I'm not dead. But I live without self-respect. I know it sounds silly and pretentious. Most people live without self-esteem. Humiliated at heart, stifled, and spat upon. They're alive and that's all they know. They know of no alternative. Even if they did, they would never reach out for it. Can one be sick with humiliation? Is this a disease we have to live with? We talk so much about freedom. Isn't freedom a poison for the humiliated? Or is it merely a drug the humiliated use in order to endure? I can't live like this. I've given up. I can't stand it anymore. The days drag by. I'm choked by the food I swallow, the shit I get rid of, the words I say. The daylight screams at me every morning to get up. Sleep is only dreams that chase me. The darkness rustles with ghosts and memories. Has is ever occurred to you that the worse off people are, the less they complain? Finally, they're silent even if they're living creatures with nerves, eyes, and hands. Vast armies of victims and hangmen. The sun rises and falls, heavily. The cold approaches. The darkness. The heat. The smell. They're all silent. We can never leave. It's too late. Everything's too late."

20.8.08

"Better to write for yourself and have no public, than to write for the public and have no self."


"Yes, it's necesary to break all rules. And to push imagination into the abyss... That's what I think, and I try to obey it. But not always with full satisfaction... I try to get better. I have a plan, but no arrival point. And I don't want it. (...) Todas las reglas existen para ser violadas. Otra vez."

11.8.08

"O trabalho de Lucas Romanholli é arrebatador. Daqueles que você não sabe bem o que dizer. Pois, a imagem em si é apenas uma parte do seu trabalho. As sutilezas de sombras, o enquadramento e os "objetos" registrados falam por si só. E nesse sentido, é a técnica ou o que se pode tirar dela que nos surpreende. No seu Flickr, sets, como reconstruction, descontruction e the dreams, misturaram na minha cabeça apenas palavras soltas: ficção, realidade, sonho, pesadelo, angústia, solidão..."

http://fotosite.terra.com.br/
"A fotografia estabelece em nossa memória um arquivo visual de referência insubstituível para o conhecimento do mundo.
Essas imagens, entretanto, uma vez assimiladas em nossas mentes, deixam de ser estáticas; tornam-se dinâmicas e fluidas e mesclam-se ao que somos, pensamos e fazemos. Nosso imaginário reage diante das imagens visuais diante das nossas concepções de vida, situação sócio ecônomica, ideologia, conceitos e pré conceitos.
Não obstante todo o conhecimento e experiência que temos acumulado diante de nossas vidas - que injetamos quando de nossa leitura das imagens - necessitamos ainda recorrer à imaginação. Por outro lado, somos seres carregados de emoção. E, felizmente nossas emoções não são programadas, nossas reações emocionais podem ser, em função dos estímulos externos, imprevisíveis. Ainda bem que é assim, caso contrário seriamos robôs, replicantes.
É por tudo isso que o conteúdo das imagens visuais provoca em cada um de nós impactos diferentes; em função disso, também, é impossível haver 'interpretações -padrão' sobre o que se vê registrado nas imagens.
A imagem fotográfica é o relê que aciona nossa imaginção para dentro de um mundo representado ( tangível ou intagível), fixo na sua condição documental, porém moldável de acordo com nossas imagens mentais, nossas fantasias e ambições, nossos conhecimentos e ansiedades, nossas realidades e nossas ficções. A imagem fotográfica ultrapassa, na mente do receptor, o fato que representa."

10.8.08

"All people know the same truth. Our lives consist of how we chose to distort it. "

"Tradition is the illusion of permanence."

"I'm a guy who can't function well in life but can in art."

6.8.08

"Camera art must be completely devoid of logic. The logic vacuum must be there so that the viewer applies his own logic to it and the work, in fact, makes itself before the viewer's eyes. So that it becomes a direct reflection of the viewer's consciousness, logic, morals, ethics, and taste. The work should act as a feedback mechanism to the viewer's own working model of himself."


"A arte da câmera deve ser totalmente destituída de lógica. O vazio lógico deve estar presente para que o espectador aplique a ele sua própria lógica e o trabalho, de fato, se forme diante dos olhos do espectador. Assim torna-se um reflexo direto da consciência, da lógica, da moral, da ética e do gosto do espectador. A obra deveria atuar como um mecanismo de realimentação para o espectador compor a maquete de si mesmo."