20.6.09

"Mais do que isso, nada. Mas o vazio tem o valor e a semelhança do pleno. Um meio de obter é não procurar, um meio de ter é o de não pedir (...)"

19.6.09

"Deve ser por isso que fico (ficamos todos, acho) tão abalado quando, sem nenhuma preparação, ela acontece de repente. E então o espanto e o desamparo, a incompreensão também, invadem a suposta ordem inabalável do arrumado (e por isso mesmo 'eterno') cotidiano. (...) Porque o amor, como a morte, também existe - e da mesma forma, dissimulada. Por trás, inaparente. Mas tão poderoso que, da mesma forma que a morte - pois o amor também é uma espécie de morte (a morte da solidão, a morte do ego trancado, indivisível, furiosa e egoisticamente incomunicável) - nos desarma. O acontecer do amor e da morte desmascaram nossa patética fragilidade."

18.6.09

eu serei breve, não mais frágil ou inexato.

13.6.09

desta espécie de cansaço, sempre a saturação e a necessidade de desvio do rumo.
(ou a pura saturação da rotina e a crueldade do louvor do hábito)
"Não. Cansaço por quê?
É uma sensação abstrata
Da vida concreta —
Qualquer coisa como um grito
Por dar,
Qualquer coisa como uma angústia
Por sofrer,
Ou por sofrer completamente,
Ou por sofrer como...
Sim, ou por sofrer como...
Isso mesmo, como..."

6.6.09

"E todas as lamentações do mar, do vento, do céu, das aves e das estrelas, serão a tua vez presente, a tua voz ausente, a tua voz serenizada."
seja o (des)compromisso com o real ou a necessidade de manifestar-se: toda imagem provém de uma parte de si que anseia por libertação.

2.6.09

"Images - millions of images - that's what I eat."
"O fim da arte inferior é agradar, o fim da arte média é elevar, o fim da arte superior é libertar."

15.5.09

"o cinema é um olhar que se substitui ao nosso para nos dar um mundo em acordo com nossos desejos."

12.4.09

"outro intervalo se passou (talvez tenham se passado alguns dias, talvez meses, quem sabe até anos)."

invadido pelo hábito de uma tranquilidade suave e enigmática.
no leito da vida luzida de vida, e não mais anseio ou inércia.

sentidos verdadeiramente absurdos e críveis.

- cada toque, uma relíquia.
"ou, melhor ainda, como a realidade despojada de tudo, menos da sua essência."

24.2.09

além de recomeço, a urgência de regurgitar um passado demente e frustrado.

- que não seja mais impossibilidade.

7.1.09

"Analisar instante por instante, perceber o núcleo de cada coisa feita de tempo e de espaço. Possuir cada momento, ligar a consciência a eles, como pequenos filamentos quase imperceptíveis mas fortes."

4.1.09

"We can destroy ourselves by cynicism and disillusion, just as effectively as by bombs."
i was already dead... not numb, as i imagined.

3.12.08

i left a huge part of myself in a distance age.

29.10.08

"A Festa da Menina Morta", de Nachtergaele

um dos melhores filmes brasileiros recentes.. a fotografia é um primor, .. não sabia de quem era, e me vinha na cabeça o Walter Carvalho. curioso saber que foi feito por Lula Carvalho, filho dele...

um filme que vai além do tipico regionalismo ou excesso de elementos "brasileiros". é um belo estudo sobre a cegueira da fé, a força dos elementos invisiveis sobre uma comunidade... um filme forte, pelos temos abordados e pelo poder das imagens..

e pelo visto, nasceu um grande diretor com este filme. não só um ator famoso q foi fazer filmes, alguém que realmente conhece cinema e sabe utilizar as suas influências.
"24 city", de Zhang-ke

na linha de (e creio q superior) ao cinema do Eduardo Coutinho..

fotografia belissima, com cenas que exploraram bem a beleza da região (da natureza, das fábricas).. é uma espécie de falso documentário ou falsa ficção... um dos filmes menos pretenciosos entre os recentes que vi.. passa uma honestidade, quase que pura, pelos depoimentos dos entrevistados sobre a industrialização da região.. o último depoimento, da garota do "new beatle" (a foto q aparece na divulgação do filme) é extremamente emocionante, dá um valor e rumo muito maior para o filme; assim como da "Pequena Flor", sobre seus casos amorosos frustrados..

é um filme que sabe achar vida em um cenário tão inóspito e frio.

26.10.08

"Meu Winnipeg", de Maddin.

um dos melhores filmes que vi até agora... o diretor canadense Guy Maddin superando até o memoravel "a música mais triste do mundo"

este cineasta tem talento, e muito. talvez "o que falta" para ele é o nome dele ser mais conhecido, os filmes dele terem mais projeção... porque creio que ele é um dos cineastas que melhor sabe discutir e recriar linguagem no cinema atual.

o filme é uma mistura de biografia dele mesmo, misturado com uma análise minuciosa de vários aspectos da cidade onde ele foi criado (Winnipeg). no limiar do ser ficção ou ser documentário (e isso nem importa muito), o filme tem uma edição primorosa, fazendo lembrar a montagem do cinema soviético, em alguns momentos. e aliado ao constante estilo de recriação de cinema mudo que o Maddin faz em quase todos os seus filmes, é um belo filme "à margem" do que se vê na maioria dos filmes da Mostra: um filme que flui totalmente contra o excesso de realismo; é um filme que questiona o real e a si mesmo, o tempo inteiro.