29.12.10
28.12.10
27.12.10
22.12.10
20.12.10
18.12.10
15.12.10
13.12.10
8.12.10
2.12.10
23.11.10
22.11.10
21.11.10
20.11.10
18.11.10
A very old friend of mine once said
That either way you look at it you have your fits
I have my fits but feeling is good
Confusions not a kiddney stone in my brain
But if were miscommunicating do we feel the same?
Then either way you look at it you have your fits
I have my fits but feeling is good
11.11.10
10.11.10
7.11.10
5.11.10
"mas sem cinema a vida fica por uma linha; sem fotografia, fica-se pelo nada.
assim, entre a fotografia e o cinema vive a imagem e no seu fundo existimos nós. o cinema acaba por formar a nossa existência, a fotografia por confirmá-la – (nesta exposição), são as imagens ‘anteriores’ unidas às ’seguintes’ que nos fazem ver, tanto pelo que somos como pelo que queremos ser. no fundo, são as imagens, como todas as outras, que nunca se vêem pela primeira vez, como espelhos wellesianos caindo em sucessão, até nos ficarmos pelas imagens verdadeiras, entre o nosso cinema e a sua fotografia."
4.11.10
3.11.10
16.10.10
14.10.10
13.10.10
30.9.10
"A única maneira de teres sensações novas é construíres-te uma alma nova. Baldado esforço o teu se queres sentir outras coisas sem sentires de outra maneira, e sentires de outra maneira sem mudares de alma. Porque as coisas são como nós as sentimos — há quanto tempo sabes tu isto sem o saberes? — e o único modo de haver coisas novas, de sentir coisas novas é haver novidade no senti-las.
Muda de alma. Como? Descobre-o tu.
(...)"
"Não o amor, mas os arredores é que vale a pena…
A repressão do amor ilumina os fenômenos dele com muito mais clareza que a mesma experiência. Há virgindades de grande entendimento. Agir compensa mas confunde. Possuir é ser possuído, e portanto perder-se. Só a ideia atinge, sem se estragar, o conhecimento da realidade."
28.9.10
21.9.10
14.9.10
8.9.10
28.8.10
17.8.10
12.8.10
3.8.10
29.7.10
28.7.10
26.7.10
22.7.10
20.7.10
16.7.10
15.7.10
A conclusão à qual meus personagens chegam não é a anarquia moral. Eles chegam, na verdade, a uma espécie de piedade recíproca. Isso também é velho, vocês me dirão. Mas o que nos resta se isso?
Por exemplo, o que vocês crêem que seja esse erotismo que invadiu a literatura e o espetáculo? É um sintoma, o mais fácil de perceber talvez, da doença que afeta os sentimentos.
Há então uma doença. E como acontece sempre quando há uma doença, o homem reage. Mas ele reage mal e fica infeliz por conta disso.
Em A Aventura, a catástrofe é uma impulsão erótica desse gênero: barata, inútil, infeliz. E não basta saber que é assim. Pois o herói (que palavra ridícula!) de meu filme percebe inteiramente da natureza grosseira da impulsão erótica que o domina, de sua inutilidade. Mas isso não basta.
Eis um outro mito que cai, essa ilusão de que basta SE CONHECER, analisar-se minuciosamente nas dobras mais recônditas da alma.
Não, isso não basta. A cada dia se vive "A Aventura", seja uma aventura sentimental, moral ou ideológica.
Mas, se nós sabemos que as velhas tabas da lei não oferecem mais que um verbo por demais decifrado, por que permanecemos fiéis a essas tabas? Eis uma obstinação que me parece tristemente comovente.
O homem, que não tem medo do desconhecido científico, tem medo do desconhecido moral”.
13.7.10
12.7.10
11.7.10
9.7.10
"I always try to escape categories because where those categories are attached, predictable forms, they really have very much to do with market, or where to market the pictures. I'm interested in what's unpredictable, and I'm interested in what happens in the no-man's-land between known categories."
8.7.10
"No, I don't think you're ever an objective observer. By making a frame you're being selective, then you edit the pictures you want published and you're being selective again. You develop a point of view that you want to express. You try to go into a situation with an open mind, but then you form an opinion, and you express it in your photographs."
6.7.10
coisa
não me transformarei
em subúrbio
não serei uma válvula sonora
não serei paz
eu quero a destruição
de tudo que é frágil:
cristãos fábricas palácios
juízes patrões e operários
uma noite destruída cobre os dois sexos
minha alma sapateia feito louca
um tiro de máuser atravessa o
tímpano de
duas centopéias
o universo é cuspido pelo cu
sangrento
de um Deus-Cadela
as vísceras se comovem
eu preciso dissipar o encanto do meu velho
esqueleto
eu preciso esquecer que existo
mariposas perfuram o céu de cimento
eu me entrincheiro no Arco-Íris
Ah voltar de novo à janela
perder o olhar nos telhados
como
se fossem o Universo
o girassol de Oscar Wilde
entardece sobre os tetos
eu preciso partir um dia para muito longe
o mundo exterior tem pressa demais para mim
São Paulo e a Rússia não podem parar
quando eu ia ao colégio Deus tapava os ouvidos para mim?"
5.7.10
"Para que haja a arte, para que haja a ação ou uma contemplação estética qualquer, é indispensável uma precondição fisiológica: a embriaguez. É mister que a embriaguez tenha aumentado a irritabilidade de toda a máquina; sem isso a arte é impossível. Todos os tipos de embriaguez, ainda que estejam condicionados o mais diretamente possível, têm potência artística, e acima de todos, a embriaguez da excitação sexual, que é a mais antiga e primitiva forma de embriaguez. Da mesma forma, a embriaguez que nasce como conseqüência de todo grande desejo, de toda e qualquer afecção forte; a embriaguez da festa, do combate, dos atos de bravura, da vitória, de todo e qualquer movimento extremo; a embriaguez da crueldade; a embriaguez da destruição; a embriaguez produzida por certas condições meteorológicas, por exemplo, a embriaguez primaveril; ou a embriaguez produzida pelos narcóticos; por fim, a embriaguez da vontade, a embriaguez de uma vontade acumulada e dilatada.
O essencial na embriaguez é o sentimento de plenitude e de elevação da força. Sob a influência desse sentimento, nos abandonamos às coisas, obrigamo-las a nos tomar, as violentamos (...)."
4.7.10
"Paris - Toda vez que chego a Paris tenho um ritual particular. Depois de dormir algumas horas, dou uma espanada no rodenirterceiromundista e vou até Notre-Dame. Acendo vela, rezo, fico olhando a catedral imensa no coração do Ocidente. Sempre penso em Joana d'Arc, heroína dos meus remotos 12 anos; no caminho de Santiago de Compostela, do qual Notre-Dame é o ponto de partida - e em minha mãe, professora de História que, entre tantas coisas mais, me ensinou essa paixão pelo mundo e pelo tempo.
Sempre acontecem coisas quando vou a Notre-Dame. Certa vez, encontrei um conhecido de Porto Alegre que não via pelo menos há 20 anos. Outra, chegando de uma temporada penosa numa Londres congelada e aterrorizada por bombas do IRA, na época da Guerra do Golfo, tropecei numa greve de fome de curdos no jardim em frente. Na mais bonita dessas vezes, eu estava tristíssimo. Há meses não havia sol, ninguém mandava notícias de lugar algum, o dinheiro estava no fim, pessoas que eu considerava amigas tinham sido cruéis e desonestas. Pior que tudo, rondava um sentimento de desorientação. Aquela liberdade e falta de laços tão totais que tornam-se horríveis, e você pode então ir tanto para Botucatu quanto para Java, Budapeste ou Maputo - nada interessa. Viajante sofre muito: é o preço que se paga por querer ver 'como um danado',feito Pessoa. Eu sentia profunda falta de alguma coisa que não sabia o que era. Sabia só que doía, doía. Sem remédio.
Enrolado num capotão da Segunda Guerra, naquela tarde em Notre-Dame rezei, acendi vela, pensei coisas do passado, da fantasia e memória, depois saí a caminhar. Parei numa vitrina cheia de obras do conde Saint-Germain, me perdi pelos bulevares da le dela Cité. Então sentei num banco do Quai de Bourbon, de costas para o Sena, acendi um cigarro e olhei para a casa em frente, no outro lado da rua. Na fachada estragada pelo tempo lia-se numa placa: 'II y a toujours quelque choe d'abient qui me tourmente' (Existe sempre alguma coisa ausente que me atormenta) - frase de uma carta escrita por Camilie Claudel a Rodín, em 1886. Daquela casa, dizia aplaca, Camille saíra direto para o hospício, onde permaneceu até a morte. Perdida de amor, de talento e de loucura.
Fazia frio, garoava fino sobre o Sena, daquelas garoas tão finas que mal chegam a molhar um cigarro. Copiei a frase numa agenda. E seja lá o que possa significar 'ficar bem' dentro desse desconforto inseparável da condição, naquele momento justo e breve - fiquei bem. Tomei um Calvados, entrei numa galeria para ver os desenhos de Egon Schiele enquanto a frase de Camille assentava aos poucos na cabeça. Que algo sempre nos falta - o que chamamos de Deus, o que chamamos de amor, saúde, dinheiro, esperança ou paz. Sentir sede, faz parte. E atormenta.
Como a vida é tecelã imprevisível, e ponto dado aqui vezenquando só vai ser arrematado lá na frente. Três anos depois fui parar em Saint-Nazaire, cidadezinha no estuário do rio Loire, fronteira sul da Bretanha. Lá, escrevi uma novela chamada Bem longe de Marienbad , homenagem mais à canção de Barbara que ao filme de Resnais. Uma tarde saí a caminhar procurando na mente uma epígrafe para o texto. Por 'acaso', fui dar na frente de um centro cultural chamado (oh!) Camille Claudel. Lembrei da agenda antiga, fui remexer papéis. E lá estava aquela frase que eu nem lembrava mais e era, sim, a epígrafe e síntese (quem sabe epitáfio, um dia) não só daquele texto, mas de todos os outros que escrevi até hoje. E do que não escrevi, mas vivi e vivo e viverei.
Pego o metrô, vou conferir. Continua lá, a placa na fachada da casa número 19 do Quai de Bourbon, no mesmo lugar. Quando um dia você vier a Paris, procure. E se não vier, para seu próprio bem guarde este recado: alguma coisa sempre faz falta. Guarde sem dor, embora doa, e em segredo."
3.7.10
"What makes a good photograph for you? Detachment, lack of sentimentality, originality, a lot of things that sound rather empty. I know what they mean. Let’s say, “visual impact” may not mean much to anybody. I could point it out though. I mean it’s a quality that something has or does not have. Coherence. Well, some things are weak, some things are strong..."
"Me perguntam, assim, o que tu achas de tal coisa. Pô, eu não sei o quê que eu acho. Na hora eu acho uma coisa, meia hora depois eu posso achar outra. Eu não tenho opinião definida sobre nada. Não acho que isso seja insegurança. Acho que é abertura, acho que tudo é passível de uma outra interpretação…
Eu fico completamente baratinado quando começam a me perguntar o que vai ser, o que vai acontecer com tal coisa. Sei lá, eu não sei onde é que eu vou estar amanhã. Eu sei o quê que eu tô fazendo hoje, agora, o resto não interessa.
Talvez o mal é que a gente pede amor o tempo todo. Não se preocupa nunca em dar amor, sem esperar reciprocidade… Eu perdi, eu tenho consciência absoluta de que eu perdi a oportunidade de amor mais viva e mais profunda que me foi oferecida até hoje. E agora eu não posso fazer mais nada.
A gente tá se perdendo todos os dias, pedindo pra pessoas erradas. Mas o negócio é procurar. A gente não se recusar a se entregar a qualquer tipo de amor ou de entrega. Eu nunca vi por que evitar a fossa. Se a fossa veio é porque ela tinha que vir, o negócio é viver ela e tentar esgotar ela. A gente, quando tenta analisar qualquer problema, sempre vai aprofundando, aprofundando, até que chega nesse fundo que é amor sempre.
Eu consigo me expressar muito melhor escrevendo do que falando. Tem um negócio que eu escrevi aqui nesse conto, é um conto chamado “Apenas uma maçã”: porque é certo que as pessoas estão sempre crescendo e se modificando, mas estando próximas, uma vai adequando seu crescimento e a sua modificação ao crescimento e à modificação da outra. Mas estando distantes, uma cresce e se modifica num sentido e outra noutro, completamente diferente, distraídas que ficam da necessidade de continuarem as mesmas uma para a outra. Uma pessoa quando tá longe vive coisas que não te comunica e tu aqui vive coisas que não comunica a ela. Então vocês vão se distanciando e quando vocês se encontram, vocês vão falar assim: oi, tudo bom e tal, como é que vão as coisas? E aí ele vai te falar por cima de tudo o que ele viveu e, não sei, vai ser uma proximidade distante. Não adianta, no momento que as pessoas se afastam elas estão irremediavelmente perdidas uma pra outra.
A gente sempre procura um amor que dure o mais possível. Procura, procura, talvez tu aches. Pra mim é horrível eu aceitar o fato de que eu tô em disponibilidade afetiva. Esse espaço branco entre dois encontros pode esmagar completamente uma pessoa. Por isso eu acho que a gente se engana, às vezes. Aparece uma pessoa qualquer e então tu vai e inventa uma coisa que na realidade não é. E tu vai vivendo aquilo, porque não agüenta o fato de estar sozinho… Eu me sinto superfeliz quando encontro uma pessoa tão confusa quanto eu…
Quando eu escrevo eu consigo ordenar tudo aquilo que eu penso. Agora, quando eu falo ou quando eu sou, simplesmente, não consigo ordenar nada. Eu sou da maneira mais caótica possível."
29.6.10
(...) Não quero me afogar: Quero beber tua água. Não te negues, minha sede é clara."
26.6.10
25.6.10
24.6.10
23.6.10
22.6.10
19.6.10
18.6.10
12.6.10
Claro, é preciso julgar a si próprio com o máximo de rigidez, mas não sei se você concorda, as coisas por natureza já são tão duras para mim que não me acho no direito de endurecê-las ainda mais."